quinta, 24 de abril de 2014

deita a rua gelada
no rosto branco de são paulo
dois milhões de pulsos vermelhos embaçados na distância
sua eterna decoração de natal

compro um vinho de seis reais
e deixo no caixa as coisas da vida
me esqueço dos meus desejos
olho nos olhos de quem nunca olho
converso com quem nunca converso
porque esqueci quem eu sou
uma única noite