sexta, 28 de julho de 2017

lembrai
da menina no quintal
olhando choverem cinzas

falando com Deus
ao brincar no concreto
riscando as ardósias
esperando a florada…

e agora
estes arranjos enchendo a vista

feitos com tanto cuidado
com tanto tempo
embaraçando arames
dando nós com as unhas
escolhendo cada flor do teu próprio rosto
corpos indolentes
forças desconhecidas

entregam-me e esperam
de olhos vazios
sem luvas
sem desconfiar de nada

lembrai
da menina no quintal
olhando choverem cinzas