segunda, 13 de janeiro de 2020
pra que sentir
ser demais
se sempre é
o bastante
austeridade seletiva
visão ampla é sempre abrasiva
origem é uma só
ninguém precisa dizer nada
se nasceu no meio da ferida
o resto comunica
tentativa
sempre essa cara de poucas amigas
olho
para a cabeça deste deus de guerra
e minha boca cospe véus em chamas
ele se enfurece
mas é enorme o olho que o observa
subo
assim mesmo
da defensiva ao deboche cuspo
quer me ver amável e pronta
para ser abatida
não de dar a palavra e o afeto direto
dar pra suportar
o insuportável
tão desnecessário romântico engano
de sentir-se viva
por necessidade
sonho
que já acordei
piso
sobre a cabeça deste deus de guerra
e minha boca cospe véus em chamas
porque ele pede o amor em sacrifícios
pede o amor sacrificado
pede que o amor seja sacrifício
então toma
toma para ti então
e guarda consigo
deusa força libertadora
deusa desveladora
Deusa das Águas, Deusa das Folhas
divindades caladas
camisa de força
eu vejo
em tudo o incômodo
preciso
viver sendo chamada ao mesmo tempo
violenta e sensível
que cismo
olha-me o olho que exige sempre um pedido
perdão
perdão!
não era como
deveria ter sido...
e pior sensação ainda sinto
quando disto participo
e vou cobrar meus débitos
dos crimes contra mim cometidos
saldo na conta do inimigo
The Great Guilt Cassino
assim no fim transfiro
para o padre e o pastor
a força que teria tido
porque é demais ser a si
é por demais excessivo
e para manter tudo no mesmo ritmo
é preciso ter olhos em todos os umbigos
para que não se libertem
e criem laços
por demais conectivos
entre os dois lados perdidos
deste prisma
muito mais que quântico muito
muito mais que místico
pura natureza simples