sábado, 6 de julho de 2013
nua de tudo
olhei ao redor
as roupas
sem roupas
cem roupas
eu era o próprio redor
senti medo
todo o poder
era meu desjejum
todo terror
toda coerção
tudo podia; tudo era cascata e agressão
nem amor,
nem destruição.
um medo patente sem delícia nem quente.
tudo era frio e escuridão.
roubavam-me os olhos, e autogestão.
os laços,
saudade.
os laudos,
escória.
tudo queima na revolução
(o lampião é o próprio vilão
a candeia é a própria desova
no incêndio, tudo é fumaça
gemido
lágrima
e canção.)